18 April 2009

Temporada de " A Hora da Estrela" no Teatro Alfredo Mesquita



Só até dia 26 de abril, sextas sábados e domingos. Venha ver!

04 April 2009

A Hora da Estrela no Teatro Alfredo Mesquita- Imprensa




Entrevista de Marcelo Gianini para a Gazeta da Zona Norte.


Teatro Alfredo Mesquita apresenta a peça “A Hora da Estrela”, de Clarice Lispector
O espetáculo A Hora da Estrela, obra de Clarice Lispector, está em cartaz no Teatro Alfredo Mesquita em Santana, até o dia 26 de abril. O diretor e adaptador, Marcelo Gianini (da Cia. Estrela D’Alva de Teatro), buscou preservar o sentido maior da obra, a palavra e a profunda relação que há entre o narrador e sua personagem principal, sem deixar de lado a ação.

Na realidade são apresentadas duas histórias. Uma é a de Macabéa, uma jovem nordestina que vive sozinha no Rio de Jáneiro, uma cidade toda feita comtra ela. Sua vida se resume ao quarto de pensão dividido com quatro colegas, o trabalho de datilógrafa e a audição noturna da Rádio Relógio, que dá notícias e hora certa. Sua rotina muda completamente quando encontra Olímpico, a primeira espécie de namorado de sua vida. A segunda história, paralela a essa, é a de Rodrigo S.M., autor da novela sobre Macabéa e que se emvolve com sua personagem a pon-to de, por vezes, perder completamente o domínio sobre sua criação.

O elenco é composto por duas pessoas: o ator Ivan Ribeiro, que faz o escritor Rodrigo S.M., responsável por colocar no caminho de Macabéa, interpretada pela atriz Lígia Helena, outras personagens criadas por ele mêsmo. De acordo com o diretor, a interpretação dos dois atores merece destaque. Ivan Ribeiro passa por mais cinco per-sonagens sem perder a força e o humor quase trágico de Clarice Lispector. Lígia Helena, com uma interpretação quase minimalista, com gestos mínimos e pouquíssimas falas, consegue mostrar todo o universo interior de Macabéa. E os dois, juntos há mais de três anos nesse espetáculo, conseguem manter viva a palavra de Clarice e de seu mundo.

Quanto à montagem do espetáculo, Gianini afirma que a grande dificuldade encontrada foi como lidar com o texto de Clarice Lispector. “A beleza de suas palavras foi para nós uma dificuldade e também um desafio: como preservar a poesia de Clarice? Poesia escrita e, portanto, para ser lida e não falada, como foi nosas opção.” Para ele, a opção da emcenação de preservar as palavras de Clarice e sua narrativa, sem dramatizar a história, parece ter agradado à maioria do público que a assiste. São estudantes dos ensinos médio e superior, professores de litera-tura, amantes de Clarice Lispector e amantes do teatro.

Quando questionado sobre qual sua visão do teatro brasileiro hoje, Gianini afirmou que é difícil dizer que há somente um teatro brasileiro. “Como quase tudo em nosso país, a multiplicidade cultural predomina também nos palcos”, disse. Para ele, existe: o teatro mais visível, que aparece na grande mídia e que em geral tem uma grande esterla televisiva à frente do elenco; há o teatro estudantil; o teatro amador; as dezenas de oficinas e escolas de teatro que levam a arte teatral para milhares de brasileiros; e existe um teatro aguerrido pelos coletivos teatrais. “São grupos sem estrelas em seus elencos e que, até mêsmo por seu descompromisso com a grande mídia, conseguem realizar espetáculos altamente inventivos e em total sintonia com as pesquisas mais avançadas de teatro no mundo, que, acreditamos, é o caso da nossa peça”, concluiu.

Os interessados em assistir à apresentação, o teatro fica na Avenida Santos Dumont, 1.770, Santana. Os espetáculos ocorrem às sextas-feiras e sábados, às 21 horas, e domingos, às 19 horas. Informações pelos tels: 2221-3657 (administração do teatro) e 4401-3938 (administração do grupo).